sábado, 24 de maio de 2008

#6 Justiça Marítima centrada em Lisboa


(Técnica Mista) *

Marinha de Lisboa domina o tráfego lusitano



finalizada! uf... agora ao Sidney.
desenho a grafite, montagem digital...

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Desafio #6

Justiça marítima continua centrada só em
tribunal da capital


Advogado alerta para "a injustiça e a incongruência" de todas as questões sobre Direito Marítimo terem de ser resolvidas no Tribunal Marítimo de Lisboa
Todas as questões sobre Direito Marítimo continuam a ter que ser resolvidas no Tribunal Marítimo de Lisboa (TML), independentemente de os seus intervenientes virem de Caminha ou Faro. Um advogado do Norte endereçou uma petição à Assembleia da República e ao Governo a pedir para que as questões relativas aos departamentos marítimos doNorte e Sul possam ser apreciadas e decididas nos tribunais de comarca, em vez de terem que ser apresentados no TML.
Já lá vão mais de cinco anos, nota, e tudo se mantém: os tribunais marítimos de Matosinhos e Faro ainda não foram instalados e qualquer credor de Viana do Castelo,por exemplo, tem que recorrer ao TML para requerer o arresto de um navio que se encontre naquele porto nortenho.
A petição, de Dezembro de 2002, pretende "evidenciar a injustiça e a incongruência resultantes da atribuição ao TML da competência exclusiva" das questões atribuídas a tribunais marítimos "nos casos em que essas questões se encontrem exclusivamente relacionadas com a área dos departamentos marítimos do Norte ou do Sul".
É solicitado que os processos respeitantes às áreas do Sul e Norte passem a caber aos tribunais de competência genérica, até que os dois novos tribunais sejam declarados instalados. Como, de resto, acontece em relação na Madeira e nos Açores.
Este cenário de competência exclusiva do TML tem causado transtornos enormes aos intervenientes processuais que residem fora da grande área metropolitana de Lisboa. Um exemplo: em Julho de 2004, o autor da petição (que pede para não ser identificado) teve que se deslocar a Lisboa para intervir numa diligência de inquirição de testemunhas, no âmbito de uma providência cautelar em que "nem as partes nem o objecto do processo" tinham qualquer conexão com a comarca de Lisboa - estavam todos ligados à área do Departamento Marítimo do Norte. A diligência nem sequer decorreu no TML (em virtude de coincidir com férias judiciais, coube ao tribunal de turno) e as testemunhas foram ouvidas a partir de uma cidade do Norte, via teleconferência.
Neste momento, o advogado ainda continua sem resposta da AR quanto à petição. O Governo garante ter ponderado esta matéria. Contactado pelo PÚBLICO, o gabinete de imprensa do Ministério da Justiça asseverou ter acautelado esta questão no âmbito da revisão do mapa judiciário, que está em discussão no Parlamento.

in Jornal Público, 023/05/08